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Ratan Tata morre aos 86 anos

  • Foto do escritor: No Trabalho
    No Trabalho
  • 10 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Ratan Tata, uma das figuras empresariais mais influentes da Índia, faleceu no dia 9 de outubro de 2024, aos 86 anos. Durante seu tempo à frente do Grupo Tata, ele transformou a empresa em um conglomerado global, expandindo sua presença em setores como automóveis, tecnologia e telecomunicações. Entre suas aquisições mais conhecidas estão a Jaguar Land Rover e a Corus Steel, que alavancaram o perfil internacional da companhia.


Conhecido por seu caráter visionário e sua liderança ética, Ratan Tata também se destacou por seu compromisso com a filantropia. Sob sua gestão, grande parte dos lucros do Tata Group era investida em projetos sociais, com foco em áreas como educação, saúde e desenvolvimento comunitário.

Sua morte encerra uma era de impacto tanto no setor empresarial quanto no campo da filantropia, deixando um legado de inovação, responsabilidade social e crescimento sustentável




Grupo Tata


O magnata liderou o Grupo Tata durante mais de duas décadas. O conglomerado era conhecido como “do sal ao software” com mais de 100 empresas, que emprega cerca de 660 mil pessoas – . As suas receitas anuais ultrapassam os 100 Bilhões de dólares.


Fundado por Jamsetji Tata, um pioneiro dos negócios indianos, o Grupo Tata, com 155 anos de existência, é um conglomerado que inclui marcas como Jaguar, Land Rover, e que atua também no setor de aço, aviação e até de salinas.



O início


Ratan Tata nasceu em 1937 em uma família tradicional de Parsis - uma comunidade altamente educada e próspera cuja ascendência remonta aos refugiados zoroastrianos na Índia. Seus pais se separaram na década de 1940.


Tata fez faculdade nos EUA, onde se formou em arquitetura na Universidade Cornell. Durante sua estada de sete anos, ele aprendeu a dirigir carros e a voar. Ele teve algumas experiências angustiantes: uma vez perdeu um motor enquanto pilotava um helicóptero na faculdade e duas vezes perdeu o motor único de seu avião. “Então eu tive que planar”, disse ele a um entrevistador. Mais tarde, ele passou a voar apenas como passageiro no jato executivo de sua empresa.


Ele retornou à Índia em 1962, quando sua avó, Lady Navajbai, adoeceu e o chamou. Foi então que JRD Tata – um parente de outro ramo da família – o convidou para ingressar no Grupo Tata.


Ratan Tata foi enviado para uma fábrica de aço da empresa, onde passou alguns anos no chão de fábrica antes de se tornar assistente do gerente. No início dos anos 70, ele assumiu duas empresas do grupo em dificuldades, uma fabricando rádios e TVs e a outra têxtil. Ele conseguiu reverter brilhantemente a situação na primeira e teve resultados satisfatórios com a segunda.


Em 1991, JRD Tata, que liderou o grupo durante mais de meio século, nomeou Ratan Tata como seu sucessor entre os aspirantes seniores da empresa para esse cargo. “As publicações da época, fizeram críticas muito agressivas – JRD foi acusado de nepotismo e eu era considerado a escolha errada”, disse Ratan Tata mais tarde.



Uma jornada com altos e baixos.


Sob a liderança de Ratan Tata, entre 1991 e 2012, o grupo fez muitas aquisições ousadas, entre elas a aquisição da siderúrgica anglo-holandesa Corus e das marcas de automóveis Jaguar e Land Rover, sediadas no Reino Unido.


O pico de seu sucesso ocorreu em 2000, quando a Tata comprou a fabricante inglesa Tetley e se tornou a segunda maior empresa de chá do mundo. O negócio foi a maior aquisição de uma marca global por uma empresa indiana.


Muitas das decisões se mostraram corretas, mas inúmeras outras – incluindo um empreendimento de telecomunicações se tornaram verdadeiros fracassos.


A incursão da Tata na construção de um carro seguro e acessível acabou sendo outra decepção. Foi lançado com grande alarde em 2009 como um compacto, com o modelo básico custando apenas 100.000 rúpias (US$ 1.000). Mas depois do sucesso e da euforia inicial, a marca começou a perder para outros fabricantes devido a problemas de produção e marketing.


Tata disse mais tarde que foi um "grande erro marcar o Nano como o carro mais barato do mundo. As pessoas não querem ser vistas dirigindo o carro mais barato do mundo!"


Perto do final de sua carreira, Tata se viu envolvido em uma controvérsia desagradável. Em outubro de 2016, ele retornou à Tata Sons (holding controladora do grupo) como presidente interino por alguns meses depois que o titular anterior, Cyrus Mistry, foi deposto, desencadeando uma amarga rivalidade administrativa nos bastidores da empresa.


O cargo foi finalmente assumido por Natarajan Chandrasekaran, que anteriormente havia sido presidente-executivo da Tata Consultancy Services, a empresa mais valiosa da Índia, com uma capitalização de mercado de 67 Bilhões de dólares.



O Legado


Ratan Tata foi um empresário modesto e reflexivo. Depois que a polícia foi chamada para encerrar uma greve que paralisou as operações em uma das fábricas de sua empresa em Pune, em 1989, Tata disse aos jornalistas: "Talvez não considerássemos nossos trabalhadores garantidos. Presumimos que estávamos fazendo tudo o que podíamos por eles", quando provavelmente não estávamos."


Em 2009, Tata falou em um evento de ex-alunos da escola sobre seu sonho para seu país, “onde todos os indianos tenham oportunidades iguais de brilhar pelo mérito”.


“Num país como o nosso”, disse ele, “é preciso tentar liderar pelo exemplo, e não ostentar a sua riqueza”.


De 2012 até à sua morte, Tata presidiu a Tata Trusts, a maior organização filantrópica do setor privado da Índia, assim como a sua própria empresa de Venture Capital para financiar projetos inovadores.


“O comportamento tranquilo e a humildade de Ratan não aparentava ser o de um empresário internacional de sucesso. A sua generosidade e preocupação com os outros permitiram pesquisas e estudos que melhoraram a educação e a saúde de milhões de pessoas na Índia e em outros lugares" relatou o presidente interino da Cornell University.


 
 
 

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